segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Não adianta



Fugir por entre palavras de tom intrusivo
Navegar por ondas de imaginação
Adentrar mundos distantes
Correr da navalha do barbeiro
Chamar pelo amor divino
Ao diabo!
Que adentre minhas entranhas a lâmina do saber
Que o sozinho seja melhor que o coletivo
Que o amor morra na praia do sofrimento e SOFRA!
Que o ódio tome conta do mundo e tudo se afunde em trevas
Que o dia não chegue.
Morra
Morra
E morra de novo...
Espere quatro anos e morra novamente para surgir como a fênix
Numa dança que não tem fim
O renascer da vida num ciclo vital para a morte.

Rasteje.
Rasteje como o verme que come minha carne por debaixo da pele
Como o suco de morte junto ao lodo de meu caixão estático
Que é tomado por canudos pela terra.
E esqueça;
Esqueça que o mundo existe, esqueça que o amor existe
Esqueça que o sol nasce, esqueça que a verdade dói
Esqueça-se da ignorância. Lembre-se do ignóbil e despreze os que estão ao seu lado
Corra e morra
Mas corra e morra com vontade, pois só o podemos uma vez
Aproveite cada segundo da dor do momento
Você jamais estará tão vivo quanto quando estiver morrendo.
Olhe para cima e grite
Conte até dez e grite. Talvez você seja ouvido
Mas tenha certeza.
NIGUÉM
JAMAIS
VIRÁ
AJUDÁ-LO

Hoje você morreu para a sociedade
Você morreu para seus pais
Você morreu para seu amigos
Você morreu
Aproveite! Ahahah

terça-feira, 22 de novembro de 2011

E vai simplesmente assim...

É a vontade de correr,

É a vontade de morrer,

É a vontade de deixar tudo para trás e fugir para mundos distantes

É a queimação dentro de mim

É o martelar do julgo alheio

É a preocupação com o futuro

E o arrependimento com o passado

É a quebra da sintaxe com a vida

É a música incessante das trombetas do alvorecer

É a retaliação mental

É um Deus e uma Deusa brigando

Os plebeus só lamentando

É o álcool subindo a cabeça

São os livros eróticos à mão de um déspota

São vozes

O mundo é negro como meu coração

A noite é fria como o ar que passa por meus pulmões

O dia é quente como o inferno

E a dor,

A dor já é amiga de muitos anos...

domingo, 23 de outubro de 2011

Um ser dentro de mim

Das distantes planícies do meu eu

Das distantes sensações do meu coração

Brota um jovem imaturo

Com medo do mundo

Com medo de se mostrar

Com medo de ouvir o cântico dos pássaros da alvorada

Com medo da vida


E o itinerante músico das árvores verdes

Que faz florescer chuvas de louros e ouros

Pede ajuda

Não consegue mais cantar nem tocar

E o mundo a sua volta desaba

Chora por perdão

No longe, nem uma mísera mão...


Os dedos da mãe de todos,da mãe terra

Brotam do chão como larvas desiludidas que procuram por comida

E as areias do tempo continuam pondo seus ovos

Sobre aqueles que já estão esquecidos há tempos, nos tempos de hoje


Afetivo

Morto

Consumido por todos

O jovem cresce em idade

E estagna em maturidade

Reconhece seus erros

E grita por seus apelos

Em uma caixa de cedro a dez pés abaixo do chão


E suas crenças geram desavenças e desilusões

Por uma vida mal vivida

E acreditada no Deus errado


E nem a dança dos anjos pode salvar-lhe

Com suas peças efêmeras

Assim como sua felicidade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Rápida História

Sono, fome.
Atitudes de depravação por
um ser altruísta que morre
de inveja de morrer
e passa o
tempo pensando,
tentando,
esfomeado sem nada para relatar a
ninguém, por que
também
não há nada o que informar
logo
vai deitar
e
comer para que o
sono e
a fome possam cessar.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O que..?

Estou a dois passos do inferno

E essa paixão queima como se já estivesse lá,

E o diabo como meu carrasco está a sorrir para mim

E os anjos lá de cima, põem-se a rir

E tu estas acorrentada pelas palavras

E a verdade não está por vir

E a humanidade caminha para o buraco

E enquanto eu estou na danação eterna, a vida continua

E o meu cachorro ao meu lado, late para o diabo

E os demônios dos meus pesadelos lá estão de braços abertos

E eu não tenho medo

Não sinto nada

Absolutamente nada

Somente a queimação daquela paixão dormente

Dentro do meu eu.

Somente aquela queimação é maior que meu ego

Dentro da minha cabeça.

Eu começo a discutir comigo mesmo

E eu não calo a boca!

Então a loucura toma conta de mim

Começo a rir freneticamente como se ainda estivesse no manicômio

RÁÁÁÁ

O Marcos realmente não ia acreditar

Que o inferno existe!

E que nesse momento estou jogando baralho com lúcifer e Jesus cristo

Enquanto Deus pede outra rodada no bar

E o miguelzinho fica jogando sinuca com gabriel!

E a batalha entre lúcifer e cristo não para!!!

Como são competitivos esses dois, é incrível

“Aposto 5 mil almas”

“Subo para 10 mil”

E fico espantado

Até porque são pessoas

Mas, foda-se, não tenho nada a ver

E a fila para entrar no inferno não anda

Ainda tá parada e já fazem 10 anos

Quando finalmente chega a minha vez

E os malditos 3 juízes da morte autorizam a minha entrada

O maldito cachorro de 3 cabeças não vai com a minha cara

E eu começo a correr pelas planícies do tártaro e os campos Elíseos

E então eu tropeço, e o maldito cão vem correndo pra cima de mim

E ele vai me dilacerar com aquelas três enormes bocas

E eu quase grito por socorro a Deus!

Só que o desgraçado tá bêbado!

E eu vou morrer, de novo!!!

E então!

Toca o alarme, desligo aquela bosta, e acordo suando...

sábado, 27 de agosto de 2011

De longe em cima da colina, eu vejo um vulto

Seu manto é negro, como o céu escuro

Ele segura algo

Tem torno de dois metros e meio

Possui uma lâmina e é curva

Ele vem com um terço nas mãos,

De dentro de seu manto, somente os olhos brancos como a neve

Feições esqueléticas, mãos esqueléticas, um ser esquelético

Que é seguido por um clarão

Olho ao meu redor e vejo todos os homens com quem batalhei

E os que batalharam ao meu lado

As expressões em seus agonizantes rostos, que jamais voltariam a ver a luz do dia

Ou o sol do amanhecer, ou o sol poente

Ou a lua que cruzará os céus para juntar-se as estrelas em uma dança tão linda Que até os animas chorariam rios de lágrimas

Saio de meu corpo por instantes e vejo que o vulto espera-me pacientemente

Cantarolando uma suave melodia

Enquanto isso, vôo através de rios, florestas e cidades,

A última enfim, parece-me familiar

Casa

Vejo minha mulher e meus filhos brincando ao ar livre

Tão inocentes, quanto um recém-nascido

Tão lindos quanto às manhãs da primavera

Tão lindos quanto o desabrochar de mil rosas

Tão lindos quanto os olhos humanos podem enxergar

De volta ao meu corpo,

O vulto começa a levantar-se e vir em minha direção

Minha cota parece ficar mais leve ao tempo dos passos daquele ser

O ferimento que tanto sangrou e doeu, naquele momento era substituído

Por uma sensação nostálgica e alegre, como o acolhedor abraço de uma mãe

Ao filho que retorna ao lar depois de anos em virtude de suas conquistas

E ao chegar a cinco metros de distância de mim, tento sacar minha lança

Entretanto, ela já não está mais lá

Nem a minha cota

Nem eu em meu corpo

O vulto me puxa para um abraço como se já fossemos amigos de vários anos

Com seu braço esquelético ainda envolto em meu pescoço

Ele olha para mim, e dá um sorriso

E única coisa que eu poderia fazer, era sorrir de volta

Foi o que eu fiz

E juntos caminhamos lado a lado em direção ao clarão

Ao som de uma música angelical que vibrava

E tocava cada vez mais alto

E novamente a sensação nostálgica e alegre encheu meu corpo

Hesitante por um momento, olho para trás

Vejo meus compatriotas carregando o que um dia fora meu corpo

E com muito cuidado, ao meio de chuvas de incessantes flechas

Passam no meio da massa de pessoas até desaparecerem na multidão

Volto a andar até que vejo uma porta no meio do clarão

E nela, estava inscrito

“A porta da salvação eterna, o juízo final para aqueles que passaram pelo meio dia e o ocaso da vida com ternura, fidelidade e amor para com o seu próximo, se tens certeza de que podes passar pelos portões do eterno, pelas provas dos guardas que estão por vir, empurre a porta e estarás ao lado de teu pai celestial e seus inúmeros filhos, agora, se já não tens certeza, de meia volta e vaga pelo limbo.”

E assim o fiz...

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Enquanto a hora não chega

Enquanto a hora não chega, não me encha o saco

Enquanto eu ainda não puder responder pelos meus atos, não me encha o saco

Enquanto eu ainda me lembrar dos olhos dela, não me encha o saco

Enquanto eu ainda não souber dançar, não me encha o saco

Enquanto eu ainda cheirar como um garoto, não me encha o saco

Enquanto eu ainda lembrar onde ela mora, não me encha o saco

Enquanto eu ainda estiver com todo esse ódio, não me encha o saco

E até lá, tenha medo de mim...

Comece a me encher o saco quando eu estiver a sete palmos do chão

Quando eu estiver sóbrio

Quando eu estiver escrevendo

Quando eu estiver passando por provas

Quando eu for o último dos poetas

Quando eu começar a escrever sendo um defunto

Quando começar aquele fogo incessante de perguntas dentro de mim

Quando eu não souber a resposta do problema

Quando eu engordar

Quando eu emagrecer

Quando eu vomitar de tanto beber

Quando eu estiver internado

Assim como você sempre esteve comigo,

Assim como você está agora,

Do meu lado...

Meu lado...

Dentro da minha cabeça...

Da minha cabeça...

Dentro das minhas palavras

Dentro do meu ser

Dentro de cada átomo de minha existência corpórea

Dentro do meu sentido.

Você está tão ligado comigo que já fede a mim

Enfim, quando eu estiver com sessenta anos

E internado num manicômio com esquizofrenia

Lembrar de lugares, atos, coisas que eu jamais fiz

Pessoas que eu jamais vi

Mulheres com quem eu jamais dormi

Quando eu estiver louco, se já não o estou

Ou quando eu for preso por um mandato judicial

(Essa parte é crucial)

Pergunte a si mesmo, e veja se já podemos partir.